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Estrutura e Função

Os músculos que compõem a parede torácica incluem os três músculos intercostais (externo, interno e interno), o subcostal e o transversus thoracis. Onze pares de músculos intercostais estão em cada um dos espaços intercostais, dispostos de superficial a profundo. A camada mais superficial é o músculo intercostal externo, que se origina do aspecto inferior da costela acima e se insere no aspecto superior da costela abaixo, em direção inferomial. Estes músculos estendem-se a partir do tubérculo costocondral posteriormente e ligam-se à junção costocondral anteriormente onde continuam como aponeuroses finas do tecido conjuntivo conhecidas como membrana intercostal anterior (externa).

De inspiração, as intercostais externas contraem-se e elevam a parte lateral das costelas, aumentando o diâmetro transversal do tórax num movimento de alavanca de balde. O músculo intercostal interno forma a camada intermediária. Estes músculos originam-se do aspecto lateral do sulco costal da costela acima e inserem-se no aspecto superior da costela abaixo, numa direcção perpendicular aos músculos intercostais externos. Esta disposição permite-lhes deprimir as costelas e subsequentemente reduzir o volume torácico durante a expiração forçada. Além disso, estes músculos estendem-se do esterno anterior para a caixa torácica posterior, onde continuam como a membrana intercostal posterior (interna). A camada mais profunda da parede torácica é constituída pelos músculos intercostais mais internos. São provenientes do aspecto medial do sulco costal da costela acima e inserem-se no aspecto interno da costela abaixo. Estes músculos são revestidos internamente pela fáscia endotorácica, que aparece apenas superficial à pleura parietal dos pulmões. Pensa-se que actuam com o músculo intercostal interno durante a expiração forçada.

Além dos músculos intercostais, o subcostal e o tórax transversus também compõem a parede torácica. O subcostal existe na mesma camada do músculo intercostal mais interno e está presente em abundância nas regiões inferiores da parede torácica posterior. São provenientes do aspecto interno de uma das costelas inferiores e inserem-se no aspecto interno da segunda ou terceira costela inferior. O tórax transversal também aparece no mesmo espaço do músculo intercostal mais interno. São originários do esterno posterior inferior, espalhados pela superfície interna da caixa torácica e se inserem nas costelas 2 a 6. Estes dois músculos ajudam a deprimir as costelas durante a expiração forçada.

Músculos do tórax posterior, como os levatores costarum e serrato posterior superior e inferior, também podem ajudar na respiração. Os levatores costarumentais têm origem nos processos transversais de C7 a T11 e se inserem na costela abaixo. Auxilia minimamente na inspiração através da elevação das costelas. O serrato posterior superior liga-se às costelas 2 a 5 e as eleva durante a inspiração enquanto que o serrato posterior liga as vértebras às costelas 8 a 12 e as deprime durante a expiração forçada. Estes músculos, em conjunto com os músculos da parede torácica, ajudam a alterar o volume torácico durante a respiração e reforçam totalmente a parede torácica.

O músculo maior da inspiração, no entanto, vem do diafragma. O diafragma é ligado perifericamente ao processo xifóide (porção esternal), à margem costal da parede torácica e à sexta costela inferior (porção costal), e às vértebras lombares (parte lombar). Durante a inspiração, o músculo contrai-se e puxa o tendão central para baixo, achatando assim o diafragma – esta acção aumenta o diâmetro vertical do tórax e aumenta a pressão torácica negativa, o que acaba por atrair ar para a cavidade torácica. Durante a expiração, o diafragma relaxa e se eleva, forçando o ar com os pulmões a ser expelido do corpo. Outros músculos acessórios que ajudam na inspiração incluem os músculos escaleno (ajuda a elevar a primeira e segunda costelas) e esternocleidomastóideo (ajuda a elevar o esterno). Além da respiração, o diafragma também funciona para ajudar no esforço abdominal e aumentar a pressão intra-abdominal na contração durante os momentos de micção, defecação e até mesmo levantamento de peso.

Outros músculos do tórax estão envolvidos no movimento dos membros superiores, que incluem os músculos peitoral maior e menor, subclávio e serrato anterior. O peitoral maior tem origem na metade medial da clavícula, esterno anterior, primeiras sete cartilagens costais e aponeurose do oblíquo externo e se insere no sulco intertuberular do lábio lateral do úmero. Funciona para flexionar, adutar e girar medialmente o braço na articulação glenoumeral. Sua cabeça clavicular provoca a flexão do braço estendido enquanto sua cabeça esternoclavicular provoca a extensão do braço flexionado. O músculo peitoral menor tem origem nas superfícies anteriores das costelas 3 a 5 e a fáscia profunda sobrepondo-se aos espaços intercostais relacionados e inserindo-se no processo coracóide da escápula. Funciona principalmente para deprimir a ponta do ombro e prolongar a escápula. Também pode auxiliar nos esforços respiratórios como um músculo acessório, levantando a terceira, quarta e quinta costelas durante a inspiração. O músculo subclávio tem origem na junção costocondral da primeira costela e se insere na ranhura subclávia da clavícula. Ele funciona para estabilizar a clavícula.

O músculo serrátil anterior tem origem nas superfícies superolaterais da primeira a oitava costela ou da primeira a nona costela na parede lateral do tórax e se insere ao longo do ângulo superior, borda medial e ângulo inferior da escápula. Funciona principalmente para prolongar a escápula como visto no puncionamento, daí seu apelido coloquial como “músculo do boxeador”, facilitando assim a rotação da escápula. O serrato anterior também pode auxiliar nos esforços inspiratórios, elevando as costelas quando a cintura do ombro está em uma posição fixa.

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