Futebol no Brasil

Esta seção é escrita como uma reflexão pessoal, ensaio pessoal, ou ensaio argumentativo que afirma os sentimentos pessoais de um editor da Wikipédia ou apresenta um argumento original sobre um tópico. Por favor, ajude a melhorá-lo reescrevendo-o em um estilo enciclopédico. (Abril 2018) (Aprenda como e quando remover esta mensagem modelo)

HistóricoEditar

Raça aparece como uma questão de destaque na discussão do futebol no Brasil. A condição socioeconômica, as identidades étnicas e os antecedentes familiares do indivíduo – componentes-chave que estão intimamente ligados à raça no Brasil – estiveram fortemente envolvidos ao longo do desenvolvimento do esporte. Gregg Bocketti, professor de história da Universidade da Transilvânia, apresenta como o futebol incorporou as identidades raciais dos participantes durante o processo de expansão do esporte pelo país em seu livro A Invenção de O Jogo Bonito: O Futebol e a Criação do Brasil Moderno. Segundo o autor, o futebol foi introduzido pela primeira vez no Brasil como um esporte europeu que favorecia exclusivamente os homens brancos com privilégios sociais e econômicos. Charles Miller, um brasileiro de ascendência escocesa que aprendeu a praticar o esporte enquanto frequentava o internato em Southampton, foi campeão dessa persistente hierarquia dentro do esporte, e promoveu ainda mais sua idéia através do recrutamento de membros do expatriado britânico São Paulo Athletic Club e seus conhecidos brasileiros para assumir o comando do jogo. Além disso, a visão de Miller percebeu o futebol como uma ferramenta eficaz para “melhorar o Brasil de acordo com um padrão europeu… e foi infundido pelo eurocentrismo e exclusividade social”. Acima de tudo, o futebol funcionou como um componente integral na “alta vida entre as classes altas urbanas” durante o final do século XIX Brasil.

Até ao início do século XX, a exclusividade racial continuou a existir ainda com grandes mudanças na percepção do esporte sobre as minorias raciais. Sob o regime Vargas, o futebol expandiu o seu âmbito de participantes. Durante a década de 1930, Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, lançou políticas que promoveram o nacionalismo em todo o país, no qual o futebol serviu como uma ferramenta eficaz para unificar o povo brasileiro como uma única raça. Isso permitiu à seleção brasileira competir em jogos internacionais no exterior, durante os quais os administradores acreditavam que a equipe deveria ser “representada por seus melhores jogadores, independentemente de suas origens”. Muitos jogadores de futebol não brancos da classe trabalhadora demonstraram suas habilidades e talentos em jogos reconhecidos publicamente. Mario Filho, escritor do Journal dos Sports em 1936, comentou que “no futebol não havia nem mesmo a sombra mais pura do racismo”. Em contrapartida, Bocketti argumenta que Filho não entendeu “a realidade de que as hierarquias tradicionais e as exclusões tradicionais” estavam profundamente enraizadas ao longo da década de 1930. Isto era verdade porque os clubes de futebol no Brasil ainda eram organizados e administrados por administradores brancos privilegiados, de origem rica, que estabeleceram o amadorismo futebolístico para aumentar a exclusividade entre os participantes durante as décadas de 1930 e 1940.

Discriminação RacialEditar

Embora os futebolistas não brancos tivessem a oportunidade de participar de um nível mais elevado de futebol, a discriminação racial continua sendo um problema sério nas comunidades futebolísticas brasileiras. Antes do futebol no Brasil se tornar um esporte nacionalizado e popularizado com participantes de várias origens raciais, étnicas e sociais, o esporte “anunciava o Brasil como branco e cosmopolita”, que importantes figuras políticas consideravam a raça, a classe e a região do indivíduo na construção de lados representativos. Em relação à hierarquia racial, Bocketti argumenta que os europeus perceberam os jogadores de futebol não brancos como inferiores e consideraram a participação de minorias raciais no futebol como trabalho físico e exclusivo para a classe baixa. No início do século XX, clubes de futebol de prestígio no Rio de Janeiro proibiram os jogadores não-brancos de competir nos torneios do campeonato. Esta banalização continua em toda a sociedade moderna, na qual os jogadores de futebol não brancos são retratados como inerentemente inferiores. Por exemplo, várias reportagens da mídia revelam que os jogadores não-brancos do futebol brasileiro ainda sofrem discriminação racial. Neymar Junior, em sua entrevista, compartilhou seus confrontos com treinadores e torcedores por chamá-lo de macaco. Da mesma forma, os jogadores de futebol não brancos são frequentemente referidos como macacos para degradar a sua identidade com base na sua raça. Além disso, Aranha, goleiro do clube paulista, foi alvo de abusos racistas por parte do público, assim como Dida, ex-goleiro da seleção brasileira, e Marcio Chagas da Silva. Em 2014, doze incidentes de discriminação racial foram relatados em partidas de futebol no Brasil.

Mobilização RacialEdit

Para jogadores de futebol não brancos, o privilégio social e o reconhecimento adquirido através do futebol permitiu-lhes praticar a mobilidade racial, apesar de sua herança original. Na década de 1930, a nacionalização do futebol permitiu aos jogadores de futebol não brancos a experiência da mobilização social. No entanto, a profissionalização do futebol no início do século XX, o Brasil priorizou estritamente os indivíduos com uma formação rica. Assim, os jogadores de futebol não-brancos, após ascenderem a seu status socioeconômico, estavam acostumados a um ambiente exclusivo, no qual os membros eram politicamente, social e economicamente influentes. Por exemplo, Arthur Friedenreich, um jogador de futebol brasileiro de origem africana e europeia, experimentou a mobilidade social ascendente durante a década de 1910 através da demonstração de suas habilidades no futebol. Entretanto, ele não se categorizou como não-branco, mas preferiu ser identificado como branco porque era a cor que era “tradicionalmente aceita pelas elites brasileiras”. Além disso, estrelas do futebol mundialmente conhecidas na sociedade contemporânea, como Roberto Carlos, Ronaldo e Neymar Jr., recusaram-se a ser racialmente identificados como negros, mas sim como brancos. É impossível rastrear e questionar as verdadeiras intenções desses jogadores. Ao contrário das questões que os jogadores de futebol não brancos enfrentam por suas declarações, Kaká, um astro do futebol brasileiro branco, é retratado como um pai sincero, cristão e dedicado, sem conflitos internos ou externos com relação à sua raça. Em contraste, aqueles que caracterizam sua raça de forma diferente são retratados como traidores e infiéis. Segundo o The Times of India, antropólogos e sociólogos realizaram pesquisas para demonstrar que as minorias raciais no Brasil tendem a sofrer uma mobilização ascendente para se segregarem do ambiente desfavorecido e subdesenvolvido. Os astros do futebol, nesse contexto, mostraram um processo semelhante, que preferem ser identificados como figuras poderosas por se classificarem como brancos. Por exemplo, ao escrever sobre Arthur Friedenreich, Mário Filho escreveu que “o homem negro no Brasil não quer ser negro”, e por isso muitos brasileiros “não acreditavam que os homens negros deveriam representar a nação”

>

Futebol no Brasil

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.